GIGANTE DAS CASTANHEIRAS**
Fundado no remoto 15 de Janeiro de 1939, o Brasil de Farroupilha comemora 70 anos de uma história de vitórias e sofrimentos. O auge, no já longínquo ano de 1992, revela a saga de uma instituição que renasce às sombras das Castanheiras que dão nome e circundam sua casa.
No referido ano, o time de Farroupilha chegava à primeira divisão do Campeonato Gaúcho, cinquenta e três anos após a criação. A campanha incontestável sublinhava os méritos da conquista. O Brasil subia sem perder sequer uma partida. Invicto e indestrutível.
Porém, faltava ao Brasil a base, um chão no qual pisar. Nos anos seguintes o Brasil padeceu. Resistiu graças ao árduo trabalho de abnegados, que mantiveram o clube na 1ª divisão, por um tempo até além do possível e fizeram com que o Brasil sempre figurasse dentre os clubes em atividade no Estado.
Mas é de antes, da década de 70, que surgem os relatos dos momentos de maior esperança do clube, talvez apenas comparáveis aos dias atuais.
A Profissionalização
Após ter conquistado o título estadual de amadores, em 1963. a história do Brasil em competições oficiais começava com a disputa do Campeonato Gaúcho da Segunda Divisão de 1971. O destino determinaria que essa fosse a sina do Brasil, tornando-se este o certame de especialidade farroupilhense. Menos no sentido de conquistas do que de rotina.
Nas paredes do velho Estádio da Baixada Rubra, no centro de Farroupilha, sobreviviam colados retratos do Juanito, o mascote da Copa de 1970.
Obviamente, foram muitos os fracassos na disputa. Apesar dos tropeços, o clube sempre esteve na competição, por vezes até postulando uma vaga que acabava escapando por entre os dedos nos momentos de decisão.
Não obstante, foram vistos alguns times de excelente qualidade no gramado da velha Baixada. Em uma época de futebol bonito e de poucas marcações encaixadas, o Brasil formaria um de seus melhores “esquetes” em 1985, quando o time alcançaria o 3º lugar na competição, perdendo a vaga para o Ypiranga de Erechim. Vinte e três anos depois, faria o destino que o mesmo Ypiranga tirasse o Brasil do acesso, já na nova realidade do clube.
O time de 1985 teve grandes jogadores. O centro-avante Plein deixa saudades até hoje nos que recordam desses tempos, com lágrimas nos olhos.
A Principal Conquista
Vinte e um anos depois de jogar a primeira segundona, o Brasil conquistaria o tão almejado sucesso. A campanha foi tão surpreendente quanto arrebatadora. Apesar das trocas no comando técnico no decorrer do campeonato, o Brasil não perdeu para ninguém e subiu “voando” para a primeira divisão.
Na época, o Brasil já mandava seus jogos no novo Estádio das Castanheiras, construído pelo município.
Foram belos seis anos disputando o Gauchão.
A Queda
Com o crescimento, vieram também as inevitáveis dívidas. Os problemas financeiros culminaram com a venda do patrimônio do clube. O velho Estádio da Baixada Rubra se tornaria um conglomerado de casas e estabelecimentos comerciais.
Os anos de Estádio lotado em grandes jogos foram dando lugar a arquibancadas vazias e gélidas em noites de inverno. Até que em 1998, o Grêmio dava o golpe de misericórdia no time de Farroupilha.
Preocupado por perder jogos importantes nas Castanheiras, o tricolor gaúcho surpreendentemente empata com o Atlético de Carazinho e derruba o Brasil para a segunda divisão.
O que viria depois são fatos que causam espanto e dor aos apaixonados pelo clube. O Brasil entrou em uma definitiva rota de colisão com seu próprio passado. O efeito dominó se deu de forma mais rápida do que o normal.
Até que em 2005, se formou um bom time. Apesar de chegar ao octogonal final, o Brasil não conseguiu segurar seus principais atletas. Eles foram negociados no momento derradeiro do campeonato e o Brasil não subiu.
O que se viu em 2006 e no primeiro semestre de 2007 foi a agonia de um clube. O Brasil se arrastou pelos gramados do interior e morreria no momento seguinte.
O Renascimento
Foi aí que surgiu a única solução possível para um clube inviável há tempos. A gestão da empresa Cortiana deu nova vida ao clube. A parceria começou depois da eliminação na primeira fase do campeonato de 2007.
O novo sistema administrativo, executado pela Brunoro Sport Business, fez do Brasil um cube viável. A instituição voltou a ser tida como hospitaleira. As brigas à beira do gramado se extinguiram e o clube voltou a figurar entre os favoritos ao acesso à primeirona.
Logo na primeira segundona da nova gestão, o Brasil atingiu o 4º lugar, dentre os 26 times que disputaram a competição e as perspectivas indicam bons resultados.
A Torcida
Surge em 2007 um movimento tão surpreendente quanto espontâneo. Garotos com idades entre 13 e 20 anos fundam, sem qualquer indução, a torcida organizada Jovem do Brasil.
Com suas faixas, tambores e bandeiras, os meninos colorem e dão vida às arquibancadas, sem falar nos comentários e comunidades no site de relacionamentos Orkut. São em torno de 50 garotos que assumiram por identidade o time de seus avós, mas que os pais não puderam ou quiseram valorizar.
O Estádio
Construído pela Prefeitura de Farroupilha, o Estádio das Castanheiras tem capacidade para aproximadamente 4 mil pessoas. De propriedade do poder público, a “casa” do Brasil está encravada no Parque Cinqüentenário, que recebe a Fenakiwi, maior evento do município.
Nos arredores do Estádio se situam dois ginásios esportivos, uma pista de MotoCross e o Kartódromo de Farroupilha, considerado um dos melhores do país.
Estrutura
Atualmente, o processo de reformulação do Brasil traz novas expectativas ao clube. As reformas das estruturas de alojamento, vestiários e a adequação do Estádio aos padrões de segurança deram nova vida ao ambiente.
Os departamentos se estruturaram, de forma que a SERC Brasil começa a ter a possibilidade de avançar a novas ações, tais como de Marketing.
O Futuro
Com o “passivo” sob controle, a SERC Brasil passa agora para a etapa definitiva do crescimento: os resultados de campo. Todo o planejamento é executado com o objetivo do acesso à 1ª divisão em 2010.
O clube trabalha forte dentro e fora de campo para a conquista dessa meta. O torcedor também passa a ter papel determinante e próximo, a partir das ações que serão divulgadas nos próximos dias e meses.
Enfim, surge uma nova aurora na vida da SERC Brasil, há 70 anos presente e atuante na comunidade de Farroupilha e no futebol gaúcho.
** Gigante das Castanheiras: Definição dada ao Brasil no Hino Oficial do Clube.
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